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domingo, 5 de dezembro de 2010

Sugestão para Relatório Individual

Como sempre no final de ano temos que fazer o relatório, perfil ou coisa parecida de nossas crianças. Procurando pela net. uma idéia encontrei esta sugestão. Você pode modificá-la de acordo com ano que trabalha.

Em relação à assimilação e fixação dos conteúdos:
 O aluno é excelente, independente e realiza todas as atividades.
O aluno é muito bom, porém tem necessidade de consultar o professor.
O aluno possui dificuldade, é dependente do professor, mas realiza apesar de apresentar bastante lentidão.
O aluno possui dificuldade, é extremamente dependente do professor,não consegue realizar nada sozinho e não demonstra vontade em aprender.

 Concentração e atenção às explicações em sala de aula:
 O aluno é participativo.
O aluno é participativo, mas se empolga demais o que às vezes atrapalha.
O aluno participa somente quando é solicitado.
O aluno não participa da aula. Demonstra apatia.
O aluno é distraído, conversa e ainda atrapalha os demais.

 Quanto à correção:
 O aluno não consegue corrigir os erros (clipes) sozinho, necessita que o professor lhe oriente durante a correção, seja ela no caderno ou na apostila, pois se distrai com muita facilidade.
O aluno é excelente. Consegue identificar e corrigir seus erros (clipes) sem auxílio do professor, sejam eles no caderno ou na apostila.
O aluno não corrige certo da lousa, pois apresenta deficiência visual.
O aluno não corrige certo da lousa, devido à falta de atenção.

 Quanto ao relacionamento do aluno com os colegas:
 Relaciona-se bem com todos os colegas.
Não relaciona-se bem com os colegas, gosta de se isolar.
Não relaciona-se bem com os colegas, é agressivo.
Gosta de realizar trabalhos em grupo.
Demonstra resistência em fazer trabalhos em equipe.


Quanto à Caligrafia e desempenho do aluno em sala de aula:
 O aluno é excelente, tem a letra linda, é caprichoso e não apresenta erros.
O aluno é excelente , mas por querer ser o primeiro da classe a terminar, acaba deixando a desejar no capricho e na letra.
O aluno tem uma caligrafia boa, porém com muitos erros.
O aluno tem uma caligrafia ruim, mas não apresenta erros.
O aluno tem uma letra muito bonita e sem erros, mas demora muito para copiar.
O aluno precisa fazer caligrafia (caderno).
O aluno não precisa fazer caligrafia.

 Quanto à disciplina:
 O aluno apresenta comportamento excelente tanto em sala de aula , como na fila.
O aluno apresenta comportamento excelente em sala, porém na fila, deixa a desejar.
O aluno conversa , porém acata às regras da sala.Uma chamada de atenção é suficiente.
O aluno é indisciplinado, cabendo ao professor chamar-lhe a atenção em muitos momentos.

 Quanto ao reforço:
 O aluno não necessita de reforço paralelo.
O aluno necessita de reforço e comparece a todos.
O aluno necessita de reforço, mas não comparece devido à resistência dos pais ou do próprio aluno.
O aluno comparece aos reforços, mas apresenta resistência em realizar as atividades propostas (pede para ir ao banheiro; beber água, distrai-se com facilidade, conversa, brinca).


Quanto ao material usado em sala e lição de casa:
 O aluno realiza a lição de casa com capricho.
O aluno realiza a lição de casa sem capricho.
O aluno não realiza a lição de casa.
O aluno traz todos os materiais necessários.
O aluno esquece o material escolar.


Quanto à Leitura:
 O aluno lê com fluência e entonação adequados.
O aluno lê, mas não respeita os sinais de pontuação.
O aluno tem dificuldade na leitura das palavras.
O aluno não lê.


 Quanto ao uso de óculos:
 O aluno não usa óculos.
O aluno usa óculos normalmente.
O aluno mostra resistência em usar o óculos, desta forma a professora tem que solicitar constantemente que o mesmo faça uso correto.


 Em relação à assiduidade do aluno:
Falta muito e as mesmas o estão prejudicando no aprendizado.
o aluno não falta, exceto se for extritamente necessário.
o aluno não deverá faltar, está com excesso de faltas.
o aluno não consegue colocar o conteúdo de sala de aula em ordem devido as número de faltas.


Em relação a seus materiais: organiza com ajuda das professoras e inspetora.
organiza com total independência.
não consegue se organizar.
esquece frequentemente materiais na sala.
perde frequentemente materiais na sala.

Em relação aos responsáveis: - “necessitam” de atenção especiais.
- são participativos.
- são criteriosos, indagam bastante e acompanham o desenvolvimento do filho.
- geralmente não acompanham as lições/estudo do filho, porém participam das atividades.
- não são participativos e pouco comparecem às atividades.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Idéias de reciclagem com garrafas pet para o Natal!

TransformArt: "Reciclando para um mundo melhor"
Estas fotos retratam lindas idéias de reciclagem com garrafas pet para o Natal.
São resultado do lindo trabalho realizado pela TransformArt em 14 comunidades.
Foram montadas 14 árvores de Natal de 5 metros cada, e feitos lindos enfeites como guirlandas, castiçais, sinos, todos com garrafa pet, material reciclado: além de ficar lindo, protege o meio-ambiente.
Créditos das fotos: TransformArts.

 












Sinos de Natal

Sinos feitos com caixa de ovos:

Uma alternativa interessante de reciclagem, aqui a idéia é  fazer enfeites de natal usando caixas de ovo. Os enfeites parecem sinos e pendurados na árvore de natal ficam uma gracinha.





Recorte  a parte onde fica o ovo, passe cola em toda a peça, para poder fixar o glitter colorido.
Depois fixe um araminho bem fininho  na parte superior, amarre fitas e pendure  na árvore ou faça uma guirlanda.



Uma sugestão de reciclagem e artesanato prático, bonito e barato para seu Natal.






O sino feito com caixas de ovos é uma bela opção para a decoração de natal.
Referência: Glitter bells

Artesanato e reciclagem com CD- Enfeites de Natal

Mais uma criativa idéia para reciclar CDs velhos e fazer belos artesanatos.
Hoje a sugestão é para reutilizar estes CDs, para fazer enfeites e árvores de Natal.
Utilize a reciclagem de Cds, para fazer seus artesanatos natalinos como guirlandas, árvore de Natal e enfeites criativos.

Da: Cacareco






Molde para fazer a estrela de Natal de feltro ou com lantejoulas e pedrinhas, reutilizando também os CDs usados.


Enfeites de Natal feitos com Cds velhos, fitas e miçangas




Enfeite de porta feito com Cds, gravuras de Natal, bolas e laços




Boneco de neve com lâmpada


Material
- 1 lâmpada
- Fundo para tinta PVA nas cores branca, preta, azul e laranja
- Pincéis
- Giz pastel
- Feltro vermelho
- Palha da costa
- Fuxico
- Miçanga dourada
- Biscuit branco
- Cola quente

Passo-a-passo
- Primeiro passe a base para tinta na lâmpada. Isso ajuda a fixar a tinta depois.
- Espere secar e comece a pintura. Primeiro desenhe com lápis a carinha de um boneco. Passe tinta preta por cima do risco.
- Agora vêm os detalhes do rosto. Na sombra dos olhos vai tinta azul. Os olhos ganham brilho com dois pontinhos de tinta branca.
- Para o gorro, separe um pedaço de feltro vermelho de 19x15 centímetros. Faça uma dobra na parte mais larga e fixe com cola quente. Mais uma dobra e cole novamente. Junte as duas pontas do feltro e passe mais cola.
- Vai cola também na parte interna do gorro, que deve ser pressionada sobre a cabeça do boneco até firmar bem.
- A graça agora é fazer um laço no gorro usando palha da costa. Finalize com um fuxico e uma miçanga dourada.
- Picote as laterais do feltro e amarre na parte de baixo da lâmpada.
- O nariz é uma bolinha feita com massa de biscuit. Para ficar charmoso, pinte de amarelo-laranja.
- Por fim, passe giz pastel para deixar as bochechas coradas.

Está pronto o boneco!
 De: Mais Você



Mais ideias de: Pra Gente Miuda

Papai Noel Solidário

Se você não tem muitos recursos na sua escola ou quer aproveitar esta data tão especial que é o Natal e trabalhar conceitos como amor, solidariedade e amizade, tão esquecidos nos nossos dias... arrecade garrafas pet, faça várias lembrancinhas com os alunos, encha com guloseimas e presenteie ...
DICA: Faça guloseimas (docinhos, bolos no papel alumínio, bolachinhas) na sua escola mesmo, numa aula de culinária... ou peça pra cada mãe enviar, elas vão amar participar do Projeto.
Clique para ampliar o Passo a Passo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Receita de Massinha de Modelar

Encontrei esta receita de massinha no blog da Andreza e resolvi postar aqui.



Ingredientes:
3kg de farinha de trigo
1kg de sal
5 colheres de pedra hume (150gr)
6 colheres de glicerina
150gr de anilina (cores variadas)

Modo de Preparo:
Misturar tudo, ir colocando água até uma consistência boa.

Pedra Hume: A Pedra Hume é usada para fins medicinais, quando pequena minha mãe fazia gargarejos para melhorara a nossa rouquidão, vocês podem comprar em farmácias ou lojas de produtos naturais.
(Você pode encontrar em pó ou em pedrinha, no caso da receita é em pó)

O video na sala de aula

Pesquisando na internet encontrei este texto sobre a utilização do video na sala de aula, achei super interessante e resovi postá-lo no meu blog.

                                            O Vídeo na Sala de Aula

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José Manuel Moran
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância
jmmoran@usp.br
Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995 (com bibliografia atualizada)

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APRESENTAÇÃO
LINGUAGENS DA TV E DO VÍDEO
PROPOSTAS DE USO DO VÍDEO
USOS INADEQUADOS EM AULA
PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO
COMO VER O VÍDEO
DINÂMICAS DE ANÁLISE
ANÁLISE DA LINGUAGEM
COMPLETAR O VÍDEO
MODIFICAR O VÍDEO
VÍDEO PRODUÇÃO
VÍDEO ESPELHO
A INFORMAÇÃO NA TV E NO VÍDEO

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APRESENTAÇÃO

Finalmente o vídeo está chegando à sala de aula. E dele se esperam, como em tecnologias anteriores, soluções imediatas para os problemas crônicos do ensino-aprendizagem. O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional.

O vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, e entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Vídeo, na cabeça dos alunos, significa descanso e não "aula", o que modifica a postura, as expectativas em relação ao seu uso. Precisamos aproveitar essa expectativa positiva para atrair o aluno para os assuntos do nosso planejamento pedagógico. Mas ao mesmo tempo, saber que necessitamos prestar atenção para estabelecer novas pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas da aula.

Vídeo significa também uma forma de contar multilingüística, de superposição de códigos e significações, predominantemente audiovisuais, mais próxima da sensibilidade e prática do homem urbano e ainda distante da linguagem educacional, mais apoiada no discurso verbal-escrito.

LINGUAGENS DA TV E DO VÍDEO

O vídeo parte do concreto, do visível, do imediato, próximo, que toca todos os sentidos. Mexe com o corpo, com a pele -nos toca e "tocamos" os outros, estão ao nosso alcance através dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente. Pelo vídeo sentimos, experienciamos sensorialmente o outro, o mundo, nós mesmos.

O vídeo explora também e, basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita-esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver entrecortado -com múltiplos recortes da realidade -através dos planos- e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Um ver que está situado no presente, mas que o interliga não linearmente com o passado e com o futuro. O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o contar histórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam habitualmente. Os diálogos expressam a fala coloquial, enquanto o narrador (normalmente em off) "costura" as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A narração falada ancora todo o processo de significação.

A música e os efeitos sonoros servem como evocação, lembrança (de situações passadas), de ilustração -associados a personagens do presente, como nas telenovelas- e de criação de expectativas, antecipando reações e informações. O vídeo é também escrita. Os textos, legendas, citações aparecem cada vez mais na tela, principalmente nas traduções (legendas de filmes) e nas entrevistas com estrangeiros. A escrita na tela hoje é fácil através do gerador de caracteres, que permite colocar na tela textos coloridos, de vários tamanhos e com rapidez, fixando ainda mais a significação atribuída à narrativa falada. O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força. Nos atingem por todos os sentidos e de todas as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no imaginário) em outros tempos e espaços. O vídeo combina a comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a razão. Combina, mas começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional.

TV e vídeo encontraram a fórmula de comunicar-se com a maioria das pessoas, tanto crianças como adultas. O ritmo torna-se cada vez mais alucinante (por exemplo nos videoclips). A lógica da narrativa não se baseia necessariamente na causalidade, mas na contigüidade, em colocar um pedaço de imagem ou história ao lado da outra. A sua retórica conseguiu encontrar fórmulas que se adaptam perfeitamente à sensibilidade do homem contemporâneo. Usam uma linguagem concreta, plástica, de cenas curtas, com pouca informação de cada vez, com ritmo acelerado e contrastado, multiplicando os pontos de vista, os cenários, os personagens, os sons, as imagens, os ângulos, os efeitos.

Os temas são pouco aprofundados, explorando os ângulos emocionais, contraditórios, inesperados. Passam a informação em pequenas doses (compacto), organizadas em forma de mosaico (rápidas sínteses de cada assunto) e com apresentação variada (cada tema dura pouco e é ilustrado).

As mensagens dos meios audiovisuais exigem pouco esforço e envolvimento do receptor. Este tem cada vez mais opções, mais possibilidades de escolha (controle remoto, canais por satélite, por cabo, escolha de filmes em vídeo). Há maior possibilidade de interação: televisão bidirecional, jogos interativos, CD e DVD. A possibilidade de escolha e participação e a liberdade de canal e acesso facilitam a relação do espectador com os meios.

As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lê, vendo.

A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.

PROPOSTAS DE USO DO VÍDEO

Proponho, a seguir, um roteiro simplificado e esquemático com algumas formas de trabalhar com o vídeo na sala de aula. Como roteiro não há uma ordem rigorosa e pressupõe total liberdade de adaptação destas propostas à realidade de cada professor e dos seus alunos.

USOS INADEQUADOS EM AULA

Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa -na cabeça do aluno- a não ter aula.

Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso.

Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.

Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los,junto com os alunos, e questioná-los.

Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.

PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO

Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO

É, do meu ponto de vista, ouso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.

Vídeo como ILUSTRAÇÃO

O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica como eram os romanos na época de Julio César ou Nero, mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo.

Vídeo como SIMULAÇÃO

É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos

Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO

Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.

Vídeo como PRODUÇÃO

- Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e dos futuros alunos. O professor deve poder documentar o que é mais importante para o seu trabalho, ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar as suas aulas. O professor estará atento para gravar o material audiovisual mais utilizado, para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos programas.

- Como intervenção: interferir, modificar um determinado programa, um material audiovisual, acrescentanto uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. O professor precisa perder o medo, o respeito ao vídeo assim como ele interfere num texto escrito, modificando-o, acrescentando novos dados, novas interpretações, contextos mais próximos do aluno.

- Vídeo como expressão, como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pela miniaturização da câmera, que permite brincar com a realidade, levá-la junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los.

Vídeo como AVALIAÇÃO

Dos alunos, do professor, do processo.

Vídeo ESPELHO

Vejo-me na tela para poder compreender-me, para descobrir meu corpo, meus gestos, meus cacoetes. Vídeo-espelho para análise do grupo e dos papéis de cada um, para acompanhar o comportamento de cada um, do ponto de vista participativo, para incentivar os mais retraídos e pedir aos que falam muito para darem mais espaço aos colegas.

O vídeo-espelho é de grande utilidade para o professor se ver, examinar sua comunicação com os alunos, suas qualidades e defeitos.

Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE

De outras mídias.
- Vídeo como suporte da televisão e do cinema. Gravar em vídeo programas importantes da televisão para utilização em aula. Alugar ou comprar filmes de longa metragem, documentários para ampliar o conhecimento de cinema, iniciar os alunos na linguagem audiovisual.
- Vídeo interagindo com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os videogames, com a Internet.

 
COMO VER O VÍDEO

Antes da exibição:

. Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...). Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa fazer a sua leitura).
. Checar o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da cópia.
Deixá-lo no ponto antes da exibição. Zerar a numeração (apertar a tecla resset). Apertar também a tecla "memory" para voltar ao ponto desejado.
.Checar o som (volume), o canal de exibição (3 ou 4), o tracking (a regulagem de gravação), o sistema (NTSC ou PAL-M).

Durante a exibição:

. Anotar as cenas mais importantes.
. Se for necessário (para regulagem ou fazer um rápido comentário)
apertar o pause ou still, sem demorar muito nele, porque danifica a fita.
. Observar as reações do grupo.

Depois da exibição:

. Voltar a fita ao começo (resset/memory)
. Re-ver as cenas mais importantes ou difíceis. Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez, chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical, diálogos, situações.
. Passar quadro a quadro as imagens mais significativas.
. Observar o som, a música, os efeitos, as frases mais importantes.
Proponho alguns caminhos -entre muitos possíveis- para a análise do vídeo em classe.


DINÂMICAS DE ANÁLISE

Análise em conjunto

O professor exibe as cenas mais importantes e as comenta junto com os alunos, a partir do que estes destacam ou perguntam. É uma conversa sobre o vídeo, com o professor como moderador.

O professor não deve se o primeiro a dar a sua opinião, principalmente em matérias controvertidas, nem monopolizar a discussão, mas tampouco deve ficar encima do muro. Deve posicionar-se, depois dos alunos, trabalhando sempre dois planos: o ideal e o real; o que deveria ser (modelo ideal) e o que costuma ser (modelo real).

Análise globalizante

Fazer, depois da exibição, estas quatro perguntas:
- Aspectos positivos do vídeo
- Aspectos negativos
- Idéias principais que passa
- O que vocês mudariam neste vídeo
Se houver tempo, essas perguntas serão respondidas primeiro em grupos menores e depois relatadas/escritas no plenário. O professor e os alunos destacam as coincidências e divergências. O professor faz a síntese final, devolvendo ao grupo as leituras predominantes (onde se expressam valores, que mostram como o grupo é).

Análise Concentrada

Escolher, depois da exibição, uma ou das cenas marcantes. Revê-las uma ou mais vezes. Perguntar (oralmente o por escrito):
- O que chama mais a atenção (imagem/som/palavra)
- O que dizem as cenas (significados)
- Conseqüências, aplicações (para a nossa vida, para o grupo).

Análise "funcional"

Antes da exibição, escolher algumas funções ou tarefas (desenvolvidas por vários alunos):
- o contador de cenas (descrição sumária, por um ou mais alunos)
- anotar as palavras-chave
- anotar as imagens mais significativas
- caracterização dos personagens
- música e efeitos
- mudanças acontecidas no vídeo (do começo até o final).

Depois da exibição, cada aluno fala e o resultado é colocado no quadro negro ou flanelógrafo. A partir do quadro, o professor completa com os alunos as informações, relaciona os dados, questiona as soluções apresentadas.

ANÁLISE DA LINGUAGEM

- Que história é contada (reconstrução da história)
- Como é contada essa história
. o que lhe chamou a atenção visualmente
. o que destacaria nos diálogos e na música
- Que idéias passa claramente o programa (o que diz claramente esta história)
. O que contam e representam os personagens
. Modelo de sociedade apresentado
- Ideologia do programa
. Mensagens não questionadas (pressupostos ou hipóteses aceitos
de antemão, sem discussão).
. Valores afirmados e negados pelo programa (como são apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo)
. Como cada participante julga esses valores (concordâncias
e discordâncias nos sistemas de valores envolvidos). A partir de onde cada um de nós julga a história.

COMPLETAR O VÍDEO

. Exibe-se um vídeo até um determinado ponto.
. Os alunos desenvolvem, em grupos, um final próprio e justificam o porquê da escolha.
. Exibe-se o final do vídeo
. Comparam-se os finais propostos e o professor manifesta também a sua opinião.

MODIFICAR O VÍDEO

. Os alunos procuram vídeos e outros materiais audiovisuais sobre um determinado assunto.
. Modificam, adaptam, editam, narram, sonorizam diferentemente.
.Criam um novo material adaptado a sua realidade, a sua sensibilidade.

VÍDEO PRODUÇÃO

. Contar em vídeo um determinado assunto
. Pesquisa em jornais, revistas, entrevistas com pessoas.
. Elaboração do roteiro, gravação, edição, sonorização. . Exibição em classe e/ou em circuito interno.
. Comentários positivos e negativos. A diferença entre a intenção e o resultado obtido.

VÍDEO ESPELHO

A câmera registra pessoas ou grupos e depois se observa o resultado com comentários de cada um sobre seu desempenho e sobre o dos outros.
O professor olha seu desempenho, comenta e ouve os comentários dos outros.

Outras dinâmicas interessantes:

- Dramatizar situações importantes do vídeo assistido e discuti-las comparativamente. Usar a representação, o teatro como meio de expressão do que o vídeo mostrou, adaptando-o à realidade dos alunos.

Um exemplo:
-Alguns alunos escolhem personagens de um vídeo e os representam adaptando-os a sua realidade. Depois comparam-se os personagens do vídeo e os da representação, a história do vídeo com a adaptada pelos alunos.
- Adaptar o vídeo ao grupo: Contar -oralmente, por escrito ou audiovisualmente- situações nossas próximas às mostradas no vídeo.
- Desenhar uma tela de televisão e colocar o que mais impressionou os alunos. O professor exibe num mural os desenhos e todos comentarão as coincidências principais e o seu significado.
- Comparar - principalmente em aulas de literatura portuguesa ou estrangeira- um vídeo baseado em uma obra literária com o texto original. Destacar os pontos fortes e fracos do livro e da adaptação audiovisual.


A INFORMAÇÃO NA TV E NO VÍDEO

Um dos campos mais interessantes de utilização do vídeo para compreender a televisão na sala de aula é o da análise da informação, para ajudar professores e alunos a perceber melhor as possibilidades e limites da televisão e do jornal como meio informativo.
O professor pode propor inicialmente algumas questões gerais sobre a informação para serem discutidas em pequenos grupos e depois no plenário.
* Como eu me informo.
* Que telejornal prefiro e porquê.
* O que não gosto deste telejornal e gostaria de mudar.
* Que semelhanças e diferenças percebo nos vários telejornais.
* Que análise faço dos dois principais jornais impressos. Pode-se fazer uma análise específica de um programa informativo da televisão (por exemplo, do Jornal Nacional) e de dois jornais impressos do dia seguinte. O professor pede a um dos alunos que anote a seqüência das notícias do telejornal e, a outro, que cronometre a duração de cada notícia. Depois da exibição, o professor pede que os alunos se dividam em grupos e que alguns analisem o telejornal e pelo menos dois analisem os jornais impressos (cada grupo um jornal).

Questões para análise do telejornal

* Que notícias chamaram mais a sua atenção (notícias que sensibilizaram mais,que marcaram mais). Por que.
* Que notícias são mais importantes para cada um ou para o grupo. Por que.
* O que considerou positivo nesta edição do telejornal (técnicas, tratamento de algumas matérias, interpretação...)
* De que discorda neste telejornal (de algumas notícias em particular ou em geral).

Questões para análise do jornal impresso

* Notícias mais importantes para o jornal (quais são as mais importantes da primeira página). Que enfoque é dado.
* Que notícias coincidem com o telejornal (a coincidência é total ou há diferenças de interpretação?)
* Que notícias são diferentes do telejornal (notícias que o telejornal anterior não divulgou).
* Qual é a opinião do jornal nesse dia (análise dos editoriais, das matérias, que normalmente estão na segunda ou terceira página e não estão assinadas).
O professor pode reconstruir a seqüência das notícias por escrito na frente do plenário e pede ao cronometrista que anote a duração de cada matéria.
Cada grupo coloca no plenário as respostas à primeira questão. O professor procura reconstruir com todos os alunos as notícias mais importantes para a emissora e para o jornal impresso. Vê as coincidências e as discrepâncias. Convém analisar a notícia mais importante com calma, exibindo-a de novo, observando a estrutura, as técnicas utilizadas, as palavras-chave, a interpretação. E assim vão respondendo às outras três questões, sempre confrontando a informação da televisão com a do jornal impresso, observando as omissões mais importantes.
Com esta análise não se chega a uma visão de conjunto, mas se percebe a parcialidade na seleção das notícias, na ênfase dada, na relativização da informação, na espetacularização da televisão como uma das armas importantes para atrair o telespectador.

A Informação a partir da Produção

A análise também pode partir de uma dinâmica que utiliza a produção de um jornal pelo grupo utilizando o mesmo material informativo prévio. O coordenador grava um ou dois telejornais da mesma noite e adquire alguns exemplares de dois ou três jornais impressos do dia seguinte. Os grupos recebem os mesmos jornais impressos. Cada grupo elaborará um noticiário radiofônico, de cinco minutos, a partir dos jornais, seguindo a ordem que achar mais conveniente.

Cada grupo grava o seu noticiário ou o lê como se fosse ao vivo. Pede-se a alguns participantes que anotem a seqüência das notícias, a sua duração e as palavras-chave de cada notícia. Colocam-se esses dados em público -num quadro negro ou cartolina. Discute-se no plenário as coincidências e diferenças de cada grupo na seleção e tratamento do mesmo material informativo inicial.

Numa segunda etapa os alunos relatam acontecimentos que presenciaram - pessoalmente ou que conhecem bem - e os comparam a como apareceram nos jornais e na televisão.

Esta técnica enriquece a análise com o processo de seleção de cada grupo. Exemplifica os mecanismos envolvidos no tratamento da informação mais claramente porque são percebidos na análise da própria produção. De outro lado, as interferências ideológicas no processo de escolha também se mostram mais evidentes. De qualquer forma, mais que a análise de um programa, o importante é tornar a pessoa mais atenta a todo o processo informativo, às mediações conjunturais e do processo de produção da indústria cultural que interferem nos resultados informativos.

Os alunos também podem fazer um pequeno jornal impresso ou em vídeo, com notícias das aulas e da vida deles. Depois, o professor discute com os alunos como foi o processo de seleção das notícias e de produção do jornal ou telejornal.


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

*MACHADO, Arlindo. A arte do Vídeo. São Paulo, Brasiliense, 1988.

*MORAN, José Manuel. Leituras dos Meios de Comunicação. São Paulo, Ed. Pancast, 1993.

* __________________. Como ver Televisão. São Paulo, Ed. Paulinas, 1991.

* FDE - FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Multimeios aplicados à educação: uma leitura crítica. Cadernos Idéias, n.9, São Paulo, FDE, 1990.

Bibliografia mais atualizada:

BABIN, Pierre e KOPULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender; a geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989.

FERRÉS, Joan. Vídeo e Educação. 2a ed., Porto Alegre: Artes Médicas (atualmente Artmed), 1996.

____________. Televisão e Educação. São Paulo: Artes Médicas (Artmed), 1996.

MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988.

MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. 2a ed. São Paulo: Paulinas, 2000.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7ª ed., Campinas: Papirus, 2003.

PENTEADO, Heloisa Dupas. Televisão e escola: conflito ou cooperação?. São Paulo: Cortez, 1991.





sábado, 25 de setembro de 2010

Sobre o comportamento da Professora de Educação Infantil

Compreendendo a criança...
  1. O Jardim de Infância bem organizado contribue para a formação harmônica da criança em seus aspectos biológico e psíquico.
  2. A Professora deve possuir sólidos conhecimentos de psicologia infantil e de didática especial.
  3. A missão da Professora não é instruir, mas educar, criar hábitos, corrigir com suavidade e fineza.
  4. No período em que a criança freqüenta o Jardim de Infância ela deve ignorar que está sendo educada e aprendendo, deve pensar que está somente brincando.
  5. As atividades no Jardim de Infância devem ser tão bem conduzidas que a criança ao sair do Jardim deve recordar do mesmo com saudade.
  6. A Primeira aptidão artística que se manifesta na criança é a musical, por esse motivo no Jardim de Infância deve-se cantar a toda hora e em qualquer ocasião.
  7. As atividades manuais concorrem para a correção dos desajustamentos psíquicos motores.
  8. A leitura de histórias desenvolve o grau de atenção e vocabulário da criança, preparando o terreno para a alfabetização.
  9. Uma boa mestra aprende com os alunos antes de se propor a educá-los.
  10. Pela observação, ela logo aprende sobre a índole de cada um, e assim, saberá o que pode melhorar, ou ao contrário, erradicar do seu educando.
  11. Castigos são necessários para corrigir maus hábitos. Nessas ocasiões, deverá a educadora demostrar constrangimento, para que o mesmo perceba que cometeu uma falta ou excesso.
  12. O castigo deverá ser sempre disciplinador e nunca punitivo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Profissão: professor

A primeira profissão

Já reparou como as palavras profissão e professor se parecem? Elas nasceram da mesma raiz etimológica, o que faz todo o sentido: o professor é a primeira das profissões. Todas as outras especialidades e habilidades técnicas só podem existir quando há professores ensinando-as aos seus discípulos. Toda profissão precisa de professores.

Essa origem semântica, que resume o valor intrínseco e original do "ser professor", está esquecida, perdida no tempo. Hoje em dia, sobretudo no Brasil, profissão e professor estão separadas. Na lista das profissões "ideais" - aquelas que as mães sonham para seus filhos e filhas, aquelas que remuneram melhor, são respeitadas, conferem status social e abrem as portas para o seleto e esnobe clube da elite - não aparecem os professores. Sinais dos tempos: no sonho do jovem brasileiro, rebolar em programa de auditório e virar craque de futebol figuram entre as profissões reluzentes ("Reluzem mas não são ouro...", professaria o profeta). Não poderia haver deturpação maior do sentido original, até porque esse tipo de atividade não requer professor. Serão mesmo profissões?

Não, não são. É preciso questionar a linguagem, desconstruir alguns termos que camuflam a realidade, ao colocar em um mesmo saco coisas tão diferentes que, no fim das contas, as palavras acabam perdendo a força e o sentido. Nessas hora, um bom exercício é voltar aos primórdios das palavras, à língua primeira que as formou e aos seus sentido primitivos, que nos ajudam a repensar e redimensionar nossos conceitos, mudando em seguida a prática.

O que é ter uma profissão? O que é ser professor? Ambas as palavras derivam do latim professum, que por sua vez vem do verbo profitēri: "declarar perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar em alto e bom som, afirmar, assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar, mostrar, dar a conhecer, ensinar, ser professor" (Houaiss).

São muitos significados convergindo para um só sentido: professar é algo grave, importante, que requer iniciativa, responsabilidade e segurança. Eis aí resgatada a nobreza do compromisso com a profissão: ser professor é "obrigar-se", ou seja, imbuir-se intimamente neste papel afirmativo e de liderança. A maioria dos verbos que o descrevem envolvem também a comunicação. Isto quer dizer que professar não é ação solitária, isolada ou introspectiva. Requer o outro, direciona-se a alguém, só faz sentido porque existe o aluno.

Em latim, alumnus era "criança de peito, lactente, menino, aluno, discípulo", palavra derivada do verbo alěre, que significava "fazer aumentar, crescer, desenvolver, nutrir, alimentar, criar, sustentar, produzir, fortalecer etc.". Novamente, as origens nos lembram com quem estamos lidando e a importância da nossa missão. Os alunos, que tantas vezes definimos como "pestes", indisciplinados, dispersos, bagunceiros, desinteressados ou limitados, antes de todos esses adjetivos são simplesmente crianças e adolescentes, indivíduos em formação, cujo crescimento será marcado por nossa intervenção. Somos responsáveis por "alimentar", "sustentar" e "fortalecer" essas pessoas. Palavras poderosas, bem adequadas às transformações que um bom professor é capaz de operar. As dificuldades que porventura surgirem (e sempre surgem) não podem nos afastar da missão primordial de contribuir para o desenvolvimento dos alunos.

Missão nobre mas árdua, sem dúvida. Ninguém pode dizer que é fácil a vida do professor, seja ele professador, profitente, preceptor, docente, mestre, pedagogo, diretor. Estes são sinônimos que se cruzam nas várias definições do ofício de educar, mas que apontam para origens diversas:

•Professor s.m. - 1. aquele que professa uma crença, uma religião; 2. aquele cuja profissão é dar aulas em escola, colégio ou universidade; docente, mestre;
2.1. aquele que dá aulas sobre algum assunto; 2.2. p. ext. aquele que transmite algum ensinamento a outra pessoa; 3. aquele que tem diploma de algum curso que forma professores (como o normal, alguns cursos universitários, o curso de licenciatura etc.); 4. fig. indivíduo muito versado ou perito em alguma coisa; adj. 5. que professa; profitente; 6. que exerce a função de ensinar ou tem diploma ou título de professor.

•Docente adj. 2g. 1. referente ao ensino ou àquele que ensina. Do latim docēre, "ensinar".

•Mestre s.m. - 1. pessoa dotada de excepcional saber, competência, talento em qualquer ciência ou arte; 2. indivíduo que ensina, que dá aulas em estabelecimento escolar, ou particularmente. Do latim magĭster, "o que manda, dirige, ordena, guia, conduz. [Têm a mesma origem as palavras maestro, magistratura, magistral...]

•Pedagogo s.m. - 1. escravo que acompanhava as crianças à escola; 2. pessoa que emprega a pedagogia, que ensina; 3. aquele que tem a prática de ensinar. Do grego paidagōgós, "escravo encarregado de conduzir as crianças à escola; preceptor de crianças, pedagogo", pelo latim paedagōgus, "o que dirige meninos, aio, pedagogo, preceptor, mestre, diretor".

•Preceptor adj. s.m. - 2. que ou aquele que dá preceitos ou instruções, educador, mentor, instrutor. Do latim praecēptor, "o que lança mão de algo antecipadamente, o que ordena, instrui, mestre".

Quantos sentidos diferentes, e até mesmo contraditórios, pode conter uma mesma palavra!

Quem diria que pedagogo, na Grécia Antiga, era o escravo que acompanhava as crianças, ou uma espécie de preceptor, de aio encarregado apenas pela educação doméstica das crianças de famílias nobres ou ricas! Isto mostra como a educação de crianças era considerada um assunto menor, ou no máximo um assunto para ser resolvido em casa, e apenas pelas famílias que tinham condições. Não havia a preocupação com a formação das crianças desde cedo, pois elas não eram consideradas cidadãos. O ensino formal começava apenas mais tarde, e privilegiando, é claro, os meninos.

Também é curioso ver a definição diretor associada a pedagogo. Estamos habituados a chamar de diretor apenas aquele que é responsável pela escola ou instituição educativa. O uso da palavra resumiu-se, portanto, a um conceito estritamente trabalhista, ou seja, ao nome de um cargo e de uma função designados pelo Estado. O significado educativo de diretor, no entanto, é muito mais rico e merece ser resgatado. Diretor é quem dirige ou, como define o dicionário, quem "orienta, fundamenta", o "norteador". Assim o título ganha em abrangência, pode ser invocado por todo e qualquer educador que oriente os seus alunos, indicando-lhes o "norte", o rumo, a direção a se tomada.

Ensinar é ensignar
Em comum, no meio de tantas ideias e associações, sobressai uma ação: ensinar. Professor é quem ensina. E o que é ensinar?

Ensinar v. 1. repassar (a alguém) ensinamentos sobre (algo) ou sobre como fazer (algo); doutrinar, lecionar. 1.1. p. ext. transmitir experiência prática a; instruir (alguém) por meio de exemplos; 1.2. tornar (algo) conhecido, familiar (a alguém); fazer ficar sabendo; 1.3. dar lições a, instruir; 1.4. mostrar a alguém as consequências ruins de seus atos; 2. mostrar com precisão, indicar.

Eis uma palavra que poderia ter infinitas definições, ganhar um dicionário só para ela. As que estão aí em cima sugerem princípios interessantes. Por exemplo, a necessidade de trabalhar experiências práticas, seja para exemplificar um conteúdo, seja como objetivo mesmo da Educação: ensinar para a vivência cotidiana, concreta, e não ficar preso a abstrações e teorias distantes da realidade. Outro exemplo: discutir as possíveis consequências negativas dos nossos atos, o que significa educar para a cidadania, falar das relações sociais, das responsabilidades de cada um para com o grupo (família, turma, escola, cidade, país), de direitos e deveres.

Tudo isso está contido, por definição, no ato de ensinar. Mas já vimos que nem sempre a realidade casa bem com a definição. Sobretudo quando se fala em "ensinar". Este verbo terá tantas definições diferentes quantos forem os professores e professoras do Brasil, multiplicados pelo números de turmas e alunos que interagem com eles. Não existe uma fórmula única, uma maneira "correta" de educar que possa ser reproduzida por todos os professores e escolas. E isto implica em uma responsabilidade ainda maior: cabem a cada um de nós as soluções próprias para cada situação e a consciência de estarmos fazendo o melhor.

O segredo está na origem de ensinar: a palavra latina insignīre, que quer dizer "por uma marca, distinguir, assinalar". É a mesma origem de "signo", de "significado". Nossa missão é nada menos do que isso: apontar o significado das coisas, assinalar o que julgamos importante, marcante, distinto. Para isso é necessário selecionar, escolher, julgar segundo critérios subjetivos. Quando ensino algo, por mais que seja apenas um conteúdo do currículo tradicional, estão embutidos na minha forma de ensinar os meus valores culturais, morais, éticos, a minha capacidade de interpretar os signos e de me comunicar. Para além do que digo ou escrevo, meu ato de ensinar inclui também o meu comportamento, minha maneira de ser, pensar e agir, até mesmo fora da escola. Ser professor refere-se também, e sobretudo, ao exemplo que se dá. Mais do que "transmitir saberes", ensinar é ensignar: emitir novos signos, que os alunos recebem, interpretam, digerem e levam vida afora.

Aí está a nossa grandeza e o nosso heroísmo: desempenhar uma das mais relevantes missões humanas sob as mais adversas condições sociais. Há de se concordar com o que diz o escritor José Saramago sobre os professores: "São os heróis do nosso tempo".

Portanto, eis aí o que somos:

Herói s.m. do grego herōs, "chefe, nobre; semideus; herói, mortal elevado à classe dos semideuses", pelo latim hēros, "semideus, filho de um deus ou de uma deusa, homem célebre".

Nossa autoestima merece!

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0033.html

Sobre o Dia do Professor:
•Como surgiu o Dia do Professor (Vicente Martins, do site Sabido)
http://www.sabido.com.br/artigo.asp?art=1383
•Como saber sobre a Lei de 15 de outubro de 1827 (Vicente Martins, do site Sabido)
http://www.sabido.com.br/artigo.asp?art=1382

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